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25 de jun. de 2013

A MATEMÁTICA DAS MANIFESTAÇÕES

75% dos brasileiros são favoráveis às manifestações públicas
Para 59% dos entrevistados, o principal motivo para os últimos protestos foi o aumento das tarifas de transporte público
De acordo com a pesquisa do IBOPE Inteligência, realizada a pedido da revista Época, 71% da população no Brasil se diz satisfeita ou muito satisfeita com a vida que leva hoje em dia. Entretanto, isso não parece ser obstáculo para que as ondas de protestos se multipliquem pelo país.

Dentre os entrevistados, 75% se mostram favoráveis às manifestações populares que ocorreram nos últimos dias, sobretudo os mais jovens e de mais alta escolaridade, ante 22% que são contra.

A respeito das diversas pautas que são levantadas, a maioria da população (59%) identifica o aumento das tarifas de transporte público como principal motivo para os protestos. O combate à corrupção é apontado também por aproximadamente um terço dos entrevistados, assim como as reivindicações por maiores investimentos em saúde e educação.

Há ainda uma parcela de 18% afirmando acreditar que os protestos foram contra os políticos em geral, percentual equivalente àquele dos que dizem que as manifestações foram contra as empresas de ônibus ou contra a inflação.

Busca por mudanças

Praticamente metade dos entrevistados acredita que as manifestações trarão poucas mudanças no país. Já 26% acreditam que ocorrerão muitas transformações, enquanto 21% acreditam que não haverá nenhuma mudança.

A pesquisa revelou também que 46% dos entrevistados acreditam que acontecerão poucas mudanças na atuação dos governantes e políticos brasileiros e 29% acreditam que não haverá mudança alguma. Apenas 19% preveem mudanças nesse sentido.

Ainda assim, para 59% dos brasileiros as manifestações são a melhor maneira de se cobrar melhorias nas políticas públicas e na atuação dos governantes e políticos. Já 37% acreditam que existem outros meios mais adequados para pressionar tais mudanças.

Quanto à participação efetiva, de acordo com a pesquisa, 94% dos entrevistados declaram não ter participado de nenhuma das últimas manifestações ocorridas no país, ante 6% que declaram ter participado.
A taxa de adesão aos protestos é maior entre os mais escolarizados: 16% dos respondentes com ensino superior dizem ter ido às ruas. De mesma forma, o estrato de maior renda familiar se mostra mais participativo nos protestos (15%).

Dentre aqueles que não participaram das manifestações, 35% afirmam estarem dispostos a ir às ruas.

Violência nos protestos

Durante os protestos dos últimos dias, policiais e manifestantes protagonizaram fortes cenas de conflito.

Para 42% dos entrevistados, os policiais agiram com muita violência para conter as manifestações. Já 41% consideram que, apesar da violência por parte dos policiais, não houve exageros. O estrato de mais baixa renda parece particularmente sensível aos excessos da atuação policial: 54% daqueles com renda familiar até 1 salário mínimo avaliaram que a polícia foi muito violenta, e 6% avaliaram que não houve violência, enquanto a média geral foi 13%.

Em relação aos manifestantes, 44% consideram que eles agiram com muita violência e outros 39% dizem que a atuação dos manifestantes foi violenta, mas sem exageros.


FONTE: IBOPE

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