O Brasil receberá, em 2018, a primeira edição no hemisfério Sul do 
Congresso Internacional de Matemáticos (IMC), encontro realizado a cada 
quatro anos, desde 1897, com status de maior evento mundial do ramo. 
Durante o IMC, ocorre a entrega da medalha Fields, considerada o “Nobel 
da Matemática”.  
 “Estava na hora de organizá-lo aqui”, declarou
 o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, em 
reunião com representantes da União Internacional de Matemática (IMU, na
 sigla em inglês), que realiza o evento. “O governo brasileiro tem 
compromisso em apoiar esse encontro. Muitos outros congressos 
internacionais vêm para cá nos próximos anos e isso é muito bom para a 
ciência no país. Como cientista e matemático, eu quero estar lá.”
 O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, participou da audiência. No
 âmbito governamental, a pasta divide com o MCTI a responsabilidade pelo
 congresso. Também compareceram os presidentes do Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), Glaucius Oliva, da
 Academia Brasileira de Ciências (ABC), Jacob Palis, e da Sociedade 
Brasileira de Matemática (SBM), Hilário Alencar, o diretor-geral do 
Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), César Camacho, e
 o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do 
MCTI, Carlos Nobre.
 Pela IMU, estiveram presentes na reunião o 
secretário-geral da entidade, o alemão Martin Grötschel, e 
representantes dos países-sedes das últimas três edições do congresso – 
M. S. Raghunathan (Índia, 2010), Manuel de León (Espanha, 2006) e Yiming
 Long (China, 2002) –, além do vice-presidente da SBM, Marcelo Viana, 
integrante do comitê executivo da união internacional.
 Importância - Desde o
 primeiro encontro na Suíça, há 115 anos, o IMC teve 26 edições e, antes
 de chegar ao Brasil, passará pela Coreia do Sul, em 2014. “Esse é o 
congresso mais importante da área, reúne de 4 mil a 5 mil matemáticos e 
distribui prêmios muito importantes, como a medalha Fields, concedida a 
pessoas com menos de 40 anos, e o Nevanllinna, entre outras distinções”,
 comentou o presidente da ABC, Jacob Palis, que esteve à frente da IMU 
de 1998 a 2002.
 Segundo Palis, o congresso e os prêmios 
proporcionam bastante visibilidade ao país sede. “Isso traz muito 
estímulo para os jovens perseguirem uma carreira em matemática”, disse. 
As medalhas são entregues na cerimônia de abertura, que, em 2018, deve 
ser realizada no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. O IMC 
propriamente dito ocorrerá em um centro de convenções da capital 
fluminense, e São Paulo receberá encontros preparatórios.
 O 
presidente da ABC ressaltou o ineditismo da edição brasileira do IMC. “É
 a primeira vez que o congresso vai ser feito na América Latina e ao sul
 do Equador”, destacou. “O Brasil marca uma liderança forte, não só na 
região, mas em toda a esfera do mundo em desenvolvimento. Esse evento 
vai trazer um enorme impacto na matemática para os países vizinhos, 
também.”
 Para Martin Grötschel, a matemática brasileira ocupa 
posição de liderança em meio às grandes nações em desenvolvimento. “Está
 definitivamente claro que o Brasil se elevou nos últimos 30 ou 40 anos 
ao topo da matemática mundial”, destacou. “O Impa tem um papel 
fantástico nisso e é um dos melhores institutos da área no planeta, 
promovendo matemática e educando matemáticos, não apenas no país, mas na
 América e em outros lugares.”
 O secretário-geral da IMU avalia 
como extremamente importante essa conexão com o resto do mundo. 
“Matemática é internacional”, argumentou. “Acredito que uma das grandes 
vantagens do Brasil é que o Impa envia jovens talentos para o exterior, 
mas eles voltam para apoiar o desenvolvimento do país.”
FONTE: CNPq 


Nenhum comentário:
Postar um comentário