Gênio russo esnoba prêmio de US$ 1 milhão após solucionar problema clássico
- Matemático russo Grigory Perelman, 44, apresentou uma prova para a Conjectura de Poincaré mas não se interessa pelo prêmio oferecido pela façanha
O matemático russo Grigory Perelman, 44, considerado um dos maiores gênios vivos do mundo, declarou ontem que não tem interesse em receber o prêmio de US$ 1 milhão a que tem direito por ter resolvido a chamada Conjectura de Poincaré.
Em seu apartamento infestado de baratas em São Petersburgo, Perelman afirmou, sem abrir a porta: “tenho tudo o que quero”, segundo informou o jornal britânico Daily Mail.
Na última semana, uma instituição dos Estados Unidos reconheceu que o estudioso russo demonstrou a Conjectura de Poincaré, que desafiava os matemáticos há mais de um século.
O matemático francês Jules Henri Poincaré (1854-1912) estimou que, de forma simplificada, qualquer espaço tridimensional sem furos seria equivalente a uma esfera esticada.
Poincaré e os matemáticos que vieram depois dele acreditavam que a proposta estaria correta, mas não conseguiram uma prova algébrica sólida para elevar a conjectura à categoria de teorema.
A complexidade do assunto levou o Instituto de Matemática de Clay a incluir o problema entre os “sete desafios do milênio”. Para cada desafio que fosse solucionado, o instituto prometeu pagar um prêmio de US$ 1 milhão (cerca de R$ 1,78 milhão).
Na semana passada, James Carlson, diretor do instituto, reconheceu a façanha de Perelman e anunciou que a Conjectura de Poincaré é o primeiro dos sete desafios a ter solução.
Morando com as baratas
A vizinha Vera Petrovna afirmou ao jornal britânico que já esteve no flat do matemático. “Ele tem apenas uma mesa, um banquinho e uma cama com um lençol sujo que foi deixado ali pelos antigos donos – uns bêbados que venderam o apartamento para ele”.
“Estamos tentando acabar com as baratas nesse quarteirão, mas elas se escondem na casa dele”, acrescentou.
Esse não é o primeiro prêmio esnobado por Perelman. Há quatro anos, ele não apareceu para receber a medalha Fields da União Internacional de Matemática.
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